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Os Cartuxos foram expulsos das duas Cartuxas portuguesas em 1834. A Cartuxa de Santa Maria Scala Coeli passou de dono em dono, desfazendo-se pouco a pouco, até que o Sr Conde de Vil´alva, Engenheiro Vasco Maria Eugénio de Almeida, empreendeu a sua restauração em 1948, oferecendo-a à Ordem. O Capítulo Geral de 1955 aceitou aquela oferta.
Como o Sr Conde de Vil´alva tinha manifestado o desejo de que fossem sete os primeiros restauradores de Scala Coeli, em memória de N P S Bruno e dos seus seis companheiros, foram enviados três Padres e quatro Irmãos, um destes português. Tudo começou há cinquenta anos e tudo continua nas mãos de Deus e da “Virgem Maria Mãe de Deus”, como se lê, claro que em latim, no frontão de entrada.
Entraram em Portugal por Vilar Formoso e foram dormir ao Seminário de Coimbra. Celebraram Missa no altar mor da basílica de Santa Isabel. Chegados a Fátima, no dia 12, aqueles Cartuxos comoveram-se profundamente. A clausura impõe a todos os monges o grande sacrifício de não poderem peregrinar aos Santuários mais devotos. Nem sequer os Cartuxos de Évora vão nunca a Fátima. Portanto, para aqueles era uma consolação, uma felicidade profunda, orar aos pés da Senhora. Passaram o dia inteiro em oração, quer na basílica quer na capelinha, e na noite participaram na procissão das velas. No dia 13, dia grande em Fátima especialmente nos meses das aparições, os três sacerdotes celebraram cedo, nas duas capelas dos pastorinhos e na da Assunção. Às dez horas houve Missa Pontifical, em cuja homilia o Excmo Sr Bispo de Leiria disse palavras muito afectuosas para os Cartuxos ali presentes.
Na manhã do 14 saíram todos para Évora, acompanhados pelo Sr Bispo Auxiliar, D. José Ribeiro. Ao aproximarem-se da então chamada “Cidade-Museu”, num céu de nuvens brilhava o arco íris sobre o mosteiro. D. José exclamou, dirigindo-se ao Padre Ludolfo ao seu lado: “A paz celestial vai ser implorada agora pelos monges brancos de Scala Coeli”. Na porta esperavam-nos os Srs Conde de Vil´alva, com um sorriso feliz… Animados e interpelados pela memória dos sete fundadores de Chartreuse, novecentos anos antes, e dos sete de Scala Coeli havia quatrocentos, os sete restauradores de Santa Maria Scala Coeli entregaram-se a partir daquele 14 de Setembro à inspiração do Espírito Santo. Tudo era a iniciar, a criar, a inventar, a resolver, dia a dia e ponto por ponto no mosteiro.
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25 de março. Solenidade da Encarnação do Verbo de Deus. Um noviço português professou os seus primeiros votos de Estabilidade, Obediência e Conversão de Costumes.
6 de Setembro. A Fundação, que já colocara na Adega de Val Bom uma réplica em mármore do São Bruno de Scala Coeli, pôs na nova Adega d Pinheiros uma réplica da Virgem Assunta, Escada do Céu, que está na fachada da igreja desta Cartuxa.
14 de Setembro. Festa da Santa Cruz. Pela manhã inauguração de Exposição de quadros de Frei Miguel, no Palácio da Inquisição
14 de Setembro. O Sr Arcebispo de Évora D. José Alves presidirá Missa solene em comemoração do Cinquentenário, na igreja da Cartuxa.
30 de Setembro. No Fórum Eugénio de Almeida pronunciará uma Oratio sapientaie o Sr Bispo do Porto D. Manuel Clemente, comemorando o cinquentenário de Santa Maria Scala Coeli. Seguirão quatro testemunhos ou lembranças deste meio século: D. José Alves em nome da Igreja, o Prior em nome da Ordem, o Sr Henrique Granadeiro em nome da Fundação e o Sr Manuel Piçarra em nome da Cidade de Évora.
14 outubro. No Fórum, apresentação dum livro, da autoria do Cônego Emanuel Silva, com a crónica ilustrada deste meio século de vida cartusiana em Scala Coeli. Exposição também do resultado da Bolsa de estudos a sobre Scala Coeli, cargo da Dra Elsa Caeiro.